Autoconsumo remoto: tudo o que você precisa saber

O autoconsumo remoto é uma das três novas modalidades de Geração Distribuída criadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no ano de 2015.

Basicamente, permite que o consumidor instale seu sistema gerador de energia em um local diferente daquele que irá consumir.

Mas, antes de entrarmos de fato em todas as particularidades do autoconsumo remoto, que tal relembrarmos alguns pontos fundamentais a respeito de Geração Distribuída?!

O que é Geração Distribuída?

Até o ano de 2007, a única maneira de se consumir energia no Brasil era através da geração convencional.

Entretanto, em junho desse mesmo ano, a ANEEL regulamentou uma nova comercialização e distribuição de energia no Brasil, a qual conhecemos por Geração Distribuída (GD).

Sua principal característica é a possibilidade da geração de energia elétrica ser realizada junto ou próxima dos consumidores dentro da rede da distribuidora que aquela unidade consumidora se encontra.

Esses micro e minigeradores são capazes de abastecer residências, comércios e indústrias próximas ao centro de carga, e podem ter uma injeção de carga na rede de até 5 MW de potência.

Atualmente, o Brasil já ultrapassou a marca de 1 gigawatt (GW) de potência instalada em micro e minigeração distribuída de energia elétrica

Segundo a ANEEL, a fonte mais utilizada para micro e minigeração distribuída, pelos consumidores brasileiros, é a solar fotovoltaica, com 82,6 mil micro e mini usinas e cerca de 870 megawatts (MW) de potência instalada.

Em suma, o principal benefício da Geração Distribuída é a utilização de créditos de energia através de projetos renováveis e que beneficiam na redução de custos das faturas daqueles que optam pela modalidade.

Evolução através do autoconsumo remoto

Se a Geração Distribuída foi uma revolução dentro do mercado energético brasileiro, o autoconsumo remoto foi uma grande evolução da modalidade, principalmente no setor de energia solar.

Sua criação permite que os créditos de energia gerados por um sistema fotovoltaico em um local A possam ser usados para reduzir o valor da conta de luz de um local B, completamente diferente, desde que ambos pertençam à mesma titularidade (CPF ou CNPJ).

Exemplificando, considere que você possui duas residências, uma na cidade e outra no litoral.

Com o autoconsumo remoto, você pode instalar um sistema de energia solar fotovoltaico em sua casa de praia e utilizar os créditos de energia para o apartamento.

Prático, não?!

Vale destacar que a Resolução Normativa 687/2015 da ANEEL criou também outras duas modalidades de Geração Distribuída, chamadas geração compartilhada e geração em condomínios.

Mas falaremos sobre elas mais adiante.

Vantagens e benefícios do autoconsumo remoto

O autoconsumo remoto é altamente vantajoso e benéfico; pois, além de ajudar a preservar nosso meio ambiente com a utilização de uma energia limpa, sua geração de eletricidade distribuída pode oferecer até 95% de redução nos valores da conta de luz.

Além disso, optar pela modalidade também permite gerar créditos para mais de uma unidade, investir mais e melhor em energia solar e ter um controle mais fiel de sua conta de energia.

Gerando créditos de energia para mais de uma unidade

Vimos o exemplo da casa de praia e da casa urbana, correto?

Mas, com o autoconsumo remoto, também é possível gerar e utilizar créditos para mais de uma unidade, de uma maneira bem simples.

Suponha que em um determinado momento, sua unidade geradora consuma menos energia do que produz.

Você conseguirá uma grande redução de custos ao utilizar esses créditos para até outras duas unidades consumidoras.

Lembrando sempre que todas as unidades envolvidas no autoconsumo remoto devem estar sob a mesma titularidade.

Aproveitando ao máximo a energia solar

Para obter eletricidade através da energia solar é preciso, obviamente, de uma incidência no mínimo constante de raios de sol.

Ou seja, lugares mais sombreados ou que possuem poucas horas de boa incidência podem prejudicar o processo de geração de energia.

O autoconsumo remoto resolve essa questão através de seu benefício de gerar energia em um ponto com uma taxa de incidência bem melhor e que pode ser utilizada em outro local.

Surpresas com a conta de energia, nunca mais

Gerar eletricidade através de energia solar permite economias de custos altamente significativas.

O valor de sua fatura pode reduzir de maneira significativa com o autoconsumo remoto.

Isso implicaria em uma conta de energia com valores fixos e sem surpresas.

Além disso, caso a energia gerada atenda o consumo da unidade, você só pagará pelos custos de manutenção estabelecidos no contrato com a distribuidora.

Modalidade acessível e fácil de ser utilizada

A facilidade de utilização é mais uma das vantagens e dos benefícios do autoconsumo remoto.

Para utilizá-lo, basta possuir a mesma titularidade — CPF ou CNPJ — na conta de energia dos imóveis.

Contudo, vale destacar que não é possível utilizar os créditos de energia de uma fatura de luz registrada em CNPJ em um imóvel registrado em um CPF.

Ou seja, caso você deseje realizar o autoconsumo remoto em sua empresa (fatura registrada com um CNPJ) e em sua casa (fatura registrada com seu CPF), não conseguirá.

O autoconsumo é intransferível e só é permitido quando ambas as unidades estão sob o mesmo documento.

 

Autoconsumo Remoto, geração compartilhada e geração em condomínios são a mesma coisa?

Apesar de terem sido criados em uma mesma proposta — Resolução Normativa 687/2015 da ANEEL —, essas três alternativas possuem características diferentes.

O autoconsumo remoto consiste em tudo o que vimos até agora: geração de energia em um ponto A e utilização dos créditos de energia em um ponto B, além de todos os seus benefícios e vantagens.

Geração compartilhada

A geração compartilhada é uma alternativa que permite a instalação de microgeradores de até 75kW ou minigeradores de 75kW a 5.000kW, a partir de um investimento projetado e financiado por Pessoa Física ou viabilizado em consórcios, através de Pessoa Jurídica.

Ou seja, ela possibilita que todas as unidades consumidoras utilizem uma parcela de energia solar, buscando reduzir os custos de sua conta de luz como um único consumidor.

Geração em condomínios

Já a geração em condomínios opera de uma forma mais simples. Imagine um condomínio no qual os moradores acordam entre si a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica na área comum dos prédios ou das residências.

Com isso, a geração da energia solar e seus créditos assumirão o consumo que o condomínio faz da energia.

Neste caso, as unidades consumidoras são distintas mas consomem energia gerada em um mesmo local.

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